domingo, 16 de janeiro de 2011

Há fórmula para atrair torcedor aos estádios do PI? Não sei, mas vou dar minha opinião.


Na foto, o Tiradentes de 1976 saudando os torcedores no estádio Albertão em Teresina. Esse time é lembrado até hoje não só por desportistas piauienses. Outro dia, ouvi o comentarista Sérgio Pinheiro da rádio Verdes Mares do Ceará (sócio benemérito do Esporte Clube Flamengo) relembrando alguns jogos da época em que morava na capital piauiense e fazia parte da diretoria do Tigrão; disse inclusive que teve participação na montagem desse time.

É comum na vida pessoal existirem locais ou situações que nos traga alegrias ou tristezas, decepções, humilhações. Quando o sentimento é negativo, também é comum se tentar evitar certos locais ou situações. Se voltarmos aos tempos de Tiradentes para cá e compararmos, aqueles tempos foram muito melhores para o futebol. Comentam, eu não sou daquela época, que os estádios do PI recebiam excelentes públicos tanto no estadual quanto no nacional. E tínhamos clubes na 1ª divisão (servia de parâmetro para medir a nossa qualidade). Os frutos colhidos com vitórias interestaduais incentivavam cada vez mais aos torcedores irem aos estádios, seja para ver o Tiradentes, Ríver ou Flamengo. Existia qualidade. E esta qualidade era traduzida quando as equipes do PI iam competir contra equipes de fora. Era “pau- a- pau”. Equipes do Rio Grande do Norte, Pará, Ceará e outras da região sabiam que iriam encontrar muitas dificuldades aqui em Teresina. E esse bom nível dos jogos das nossas equipes eram passadas para o nosso campeonato local. O torcedor sabia que as tardes de domingo eram tardes de alegria. E por tal motivo, muitos e muitos subiam a Marechal Castelo Branco em direção ao estádio Albertão. Parecia um arrastão de torcedores principalmente depois das 16 h. Eu era criança e morava nas proximidades e ainda lembro. Ficava ali só para ver aqueles desfiles de bandeiras. Mas existia um motivo e o motivo era os bons jogos. As boas disputas, como já dito. O tempo foi passando. Começaram a administrar o futebol como se fosse propriedade particular e a qualidade foi caindo. O público foi se afastando ou afastado, perdendo o amor pelo esporte, pois as disputas interestaduais (servia de parâmetro para medir a qualidade) começaram a nos dá sofrimento, humilhações. A nos mostrar que regionalmente estávamos mais fracos e que o nosso estadual era de baixo nível (jogos contra equipes de estados vizinhos passaram a ser motivos de vexame). Já adolescente, eu mesmo já vi inúmeras vezes clubes do Ceará, Pará, Pernambuco e Maranhão vencer facilmente jogos dentro da capital piauiense. Passei a me afastar dos campos de jogos porque aquilo lá não me trazia mais alegria pois ainda cheguei a ver grandes jogos e estádios lotados. Portando já tinha o discernimento para diferenciar o bom do ruim. Torcer para clube do estado passou a ser motivo de piada. O que aconteceu comigo, deve certamente ter ocorrido com muitos. Muitos passaram a acompanhar jogos pela TV. E todo mundo sabe que a TV faz o nada virar um espetáculo. Esta não foi a responsável direta pelo fracasso do nosso futebol. Basta lembrar que na Bahia, no Ceará, Rio Grande do Norte, Pará, Pernambuco muitos e muitos ainda acompanham o futebol indo aos estádios porque ainda vale a pena. Ao contrário, a Globo local de alguns desses estados entendeu que o futebol é uma enorme fonte de receita e passou a transmitir os próprios regionais. Os clubes ainda conseguem ser competitivos, vencer jogos além fronteira tendo o reconhecimento de seu torcedor. Toda essa minha reflexão veio após eu assistir ao programa esportivo da Antena 10, na manhã deste domingo, quando vi alguns comentaristas perguntando-se o porquê de os torcedores terem se afastado dos estádios piauienses. Não se pode apenas convocar o público sem ter um bom produto, pois desta forma a própria imprensa perderá ainda mais a credibilidade. É preciso sim exigir dos clubes de futebol e federação responsabilidade na sua forma de administrar. Se estes trabalharem com profissionalismo, mostrando projetos para atrair patrocinadores (por que não convidar a TV Assembleia para transmitir o estadual? Aparentemente, esta não teria nenhum compromisso comercial nem nas tardes de domingos nem nas noites de quarta-feira. E o diretor da FUNDESPI é um apresentador que trata do esporte nessa TV e, comenta-se, amigo do presidente da FFP. Obs: no Pará a TV Cultura é a responsável por este papel), os resultados virão naturalmente e teremos novas vitórias interestaduais voltando quem sabe a subir paulatinamente de divisões. A partir desse momento, todo mundo haverá de compreender que o nosso futebol evoluiu e todos que gostam deste esporte haverão de voltar a freqüentar aos estádios, mesmo tendo grandes jogos pela televisão, que também é uma das responsáveis por tirar muitos dos torcedores dos bancos de cimentos para levar ao sofá da sala, principalmente na localidade onde este esporte é mal administrado e portanto mais frágil. Ou seja, ao nosso futebol é preciso que haja resultado fora do estado para que o torcedor possa voltar aos campos de futebol. Nos dias de hoje, campeonato estadual só deve existir para selecionar as equipes que irão disputar uma Copa do Brasil, uma série D ou qualquer outra competição nacional. As rivalidades serão consequências do bom trabalho. Temos que ser forte. E para tal fim é necessário começar essa caminhada sem público nos estádios, já sabendo desta dificuldade. Mostrar resultado é o melhor marketing, pois com o tempo os estádios voltarão a encher até para o próprio estadual. Este é o meu pensamento como torcedor.

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