Vez por outra eu acompanho as notícias do futebol do Piauí pelo rádio. Ontem, fiquei surpreso com a noticia da demissão do técnico Marcão da equipe tricolor, aquela comandada por alguns políticos locais e cujo estatuto é hermeticamente fechado para não permitir que o poder fuja da mão deles.
Na sua fala, o ex-técnico disse que as condições dadas pelo clube ainda deixavam muito a desejar. Citou por exemplo o caso ocorrido no último jogo lá na cidade de Campo Maior em que a partida estava programa para as três e tantas da tarde e o almoço de todo os jogadores e comissão técnica somente chegou depois das treze horas. Falou que os jogadores tentaram se desdobrar naquele campo de pelada do Deusdete de Melo. Alguns até chegaram a passar mal com ânsia de vômito provocado pelo curto espaço de tempo entre o período da refeição e o início da partida. Segundo ele, o que foi servido foram quentinhas.
Na entrevista concedida a uma rádio local, disse ainda que por diversas vezes tentou falar com o presidente do Ríver, Eliseu Aguiar, não tendo a oportunidade. Talvez o técnico tivesse a intenção de oferecer alguma sugestão, algo de novo uma vez que o mesmo já foi jogador de um grande clube do futebol brasileiro, no caso o Fluminense do Rio. Tinha ele certamente uma boa intenção.
Ocorre que cultura não se muda de um dia para o outro. Às vezes nunca consegue ser mudada. Quando se tem ideias, estas ideias podem mexer na ferida de alguém. E talvez isso que tenha vitimado o ex, Marcão: tentou sugerir ou ensinar alguma coisa diferente do que é visto por aqui com o objetivo de melhorar o desempenho do clube, do time e esbarrou na turma que cuida da parte adminitrativa, que se sentiu ofendida: "Você quer ensinar para quem? O presidente está ocupado e não quer saber se está faltando manteiga no pão. Cuide do time e traga os resultados, pois neste ano haverá eleições". Talvez esta tenha sido a resposta dada a ele. Não informaram que alguns membros sobrevivem da política.
O certo é que o demitido falou inclusive na questão do pão sem manteiga, nos cafés da manhã. Sem dúvidas, o torcedor riverino irá acreditar no ex-técnico porque todos que acompanham ou não o futebol do Piauí devem estar cansados de saber que o amadorismo é a sua principal característica, tanto que o futebol continua patinando, apesar de haver alguma tentativa de A ou B de tirá-lo da lama.
Depois que rodaram a entrevista do ex técnico do Ríver, um diretor ligou para a rádio e com a voz aparentemente calma (embutida de arrogância), mas a ponto de estourar, falou sobre a demissão. Falou, falou, falou e não disse nada. Aliás, tentou dizer o que já fora dito, só que tentando defender o seu lado.
O time deste ano não é ruim, mas os dirigentes do Ríver são os mesmos. Mudança? Somente quebrando o estatuto e abrindo para novos horizontes. Mas como?
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