terça-feira, 5 de abril de 2011

Saldo do governo Lula. Inflação bate a porta do brasileiro

O consumidor está com medo do dragão da inflação, e com razão

(MS, 04/04/2011, às 16:53:22)

Quando a inflação bate à porta de um país, fica difícil manter a economia estável. O Brasil conhece muito bem a fera, domada em 1994 por um Plano Real "milagroso". Outros tinham falhado feio. Em Brasília, já se fala em gasolina comum a R$ 3 o litro. Está em R$ 2,87. Na cidade, carnes de primeira não saem por menos de R$ 14 o quilo, sem falar no filé mignon. O tomate, mais de R$ 3 o quilo. Por aí vai, e por aí o consumidor começa a desconfiar que o poder de compra do seu salário pode ser corroído pela inflação.

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope Inteligência, registrou em março a quinta queda consecutiva. Houve recuo de 5,1% desde outubro de 2010, com piora nas expectativas em relação ao desemprego, na situação financeira, no endividamento e quanto a compras de bens de maior valor. Mais pessimista, 61% dos entrevistados temem que a inflação "vai aumentar muito" (17%) ou "vai aumentar" (44%) nos próximos seis meses.

Se ela voltar mesmo, irá por água abaixo um otimismo percebido no Inec: a de que a renda pessoal vai melhorar. Essa expectativa cresceu 1,9% na comparação com fevereiro e está 1,3% acima do registrado em março de 2010. Segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados aguardam que a renda "aumente muito" (10%) ou aumente (34%) nos próximos seis meses. Para 49%, vai continuar como está. Mas, com inflação, nem melhora, nem fica na mesma.

O Ibope ouviu 2002 pessoas em todo o Brasil entre os dias 20 e 23 de março.

Banco Central - No dia 25 de março, a inflação fez parte de discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na cerimônia de entrega do diploma de Qualidade em Bancos 2010: "O tema inflação voltou a ser uma preocupação global...Parte da escalada da inflação é consequência da trajetória ascendente dos preços internacionais ds commodities agrícolas. Sabemos que no passado recente a dinâmica inflacionária brasileira tem sido impactada pelo comportamento destas commodities."

Alexandre Tombini ressaltou mais dois fatores que puxam os preços para cima: a concentração atípica de choque de preços no início de 2011, como as tarifas de transportes públicos e alimentos; uma persistente pressão de preços no setor serviços, "fruto de uma mudança estrutural" na economia brasileira.

A política monetária utiliza o aumento da taxa de juros da economia (a taxa Selic) com o objetivo de levar a inflação "para o centro da meta", de 4,5% ao ano. Tombini considera até natural a expectativa negativa de inflação de curto prazo: "Frequentemente essas elevações são derivadas de choques que atingem a economia, como a escalada dos preços de commodities nos mercados internacionais verificada no passado recente."

No encontro com os banqueiros, o presidente do Banco Central admitiu que "impactos residuais ainda estão por vir" e os brasileiros ainda terão contato com "alguma piora marginal" da inflação. Depois da tempestade, segundo Tombini, a bonança: "Mas, na ausência de novos choques, esse processo tende a se esgotar no curto prazo. O Brasil encontra-se em momento de grandes opotunidades."

Fonte: acessepiaui.com.br

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